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A LIBERDADE TEM SOM
Fui assistir ao filme "Som da Liberdade", decidida a deixar de lado as polêmicas que o cercam e me concentrar na história que ele tem a contar. Baseado em fatos reais, o filme nos força a encarar a urgente necessidade de cuidar e proteger, de forma global e local, as crianças, confrontando com os horrores da exploração sexual infantil.
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Confesso que fiquei profundamente chocada. Sabemos que o tráfico humano e a pedofilia são ameaças reais, mas as imagens e situações retratadas no filme têm um impacto muito forte. E essa temática não é exclusiva do filme "Som da Liberdade"; o cinema brasileiro a abordou em obras como "Pureza", que evidencia, também baseando-se em acontecimentos verídicos, o trabalho análogo à escravidão e a busca desesperada de uma mãe por seu filho caçula, vítima da exploração.
Esses filmes nos confrontam com uma dura realidade: esses temas não são distantes ou irrelevantes. Pelo contrário, estão presentes em nosso mundo atual, muitas vezes escondidos nas sombras, esperando para serem enfrentados.
Como mencionou a cineasta Ilana Lara Bonfim, o audiovisual tem o poder de refletir nossa sociedade, levando o espectador a ver, pensar e, o mais importante, sentir sobre questões sérias. Embora o cinema não seja a realidade em si, ele oferece uma dimensão do que escolhe mostrar, causando um grande impacto quando feito com qualidade e sensibilidade. As histórias retratadas nas telas têm o poder de conscientizar sobre diversos assuntos e buscar a transformação da consciência do público. E, este papel, “Som da Liberdade” e, “Pureza”, cumprem sem contestação.
Portanto, a proteção das crianças é um imperativo moral e um dever humano. Famílias, sociedade e governantes têm a obrigação de agir. Os dados locais alarmantes, como o registro de mais de 5.440 denúncias de abuso sexual e tráfico de crianças apenas no Estado do Pará entre 2016 e 2022, de acordo com o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, são perturbadores. E nem me detive aqui nos dados mundiais. O que é ainda mais espantoso é que ouvimos e lemos tão pouco sobre esses casos.
Especificamente, o filme "Som da Liberdade" mergulha nessa realidade de forma impactante e contundente. As vítimas do tráfico humano e da exploração infantil na América Central, frequentemente crianças vulneráveis, vivem um ciclo de manipulação, coação e abuso que lhes rouba não apenas a infância, mas também a esperança de um futuro digno.
Essas vítimas são iludidas por promessas falsas de uma vida melhor, apenas para serem arrastadas para um abismo de pesadelo. Elas vivem em condições degradantes, sofrem abusos físicos e psicológicos, são privadas de sua autonomia e liberdade. Elas enfrentam um ciclo de exploração que parece não ter fim. É uma realidade dolorosa que nos toca profundamente.
Assim, assistindo ao filme, somos forçosamente lembrados de que a proteção das crianças é uma obrigação inegociável. É um chamado à ação, uma convocação para todos nós como sociedade, para enfrentar as ameaças que roubam a infância e o futuro de tantas vidas inocentes. Não podemos mais ignorar essa realidade. É hora de agir, de ser a voz daqueles que não podem falar e de proteger as crianças, nosso bem mais valioso. O filme é uma janela para essa realidade sombria, mas também uma chamada para uma mudança significativa em direção a um mundo mais seguro e compassivo.
Ah! E uma observação. Por que o título do texto? Porque crianças precisam ser crianças e é natural que elas corram, pulem, gritem, riam, cantem, chorem e brinquem. E tudo isto significa liberdade. E isto também tem som. Assim, liberdade tem som.
Recomendo muito que assistam aos dois filmes citados no texto e que não esqueçam da passagem bíblica em Mateus 18:10 que diz: "Cuidado para não desprezarem um só destes pequeninos! Pois eu lhes digo que os anjos deles nos céus estão sempre vendo a face de meu Pai Celeste.”
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5 Comments
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Carla, vi o filme “Som da Liberdade “ e também fiquei chocada! Quanta tristeza! E, como você bem assinalou, a maioria é enganada por perspectivas de vida melhor. E o pior é que também nao vejo nada ser feito para acabar com esta exploração que é cruel e de muito tempo. Beijos para você, Lúcia
Realmente as crianças têm sido alvo de muitas maldades. Tempos sombrios os que estamos vivendo. Só mesmo fé em Deus para ajudar. Boa reflexão, Carla.
Que texto! Não vi os filmes, mas já fiquei curiosa. Obrigada por este grito de alerta. Ana
Carla e suas reflexões que mexem conosco até o fundo da alma. 👏👏
O mundo real é muito cruel,apocalíptico...
Que Deus tenha piedade de todos nós. Amém!