ABRIR OS OLHOS...
“ÀS VEZES, ABRIR OS OLHOS PODE SER A COISA MAIS DOLOROSA QUE VOCÊ JÁ TEVE QUE FAZER.”
Li esta frase, e ela não sai da minha cabeça... o que será que a pessoa que a escreveu queria dizer? Será que queria dizer no sentido denotativo ou sentido figurado? Os olhos como órgão do corpo, ou os olhos do coração?
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Minha mãe sempre dizia: “minha filha, abre o olho, isso pode não ser boa coisa...”. Se referindo a coisas e pessoas que precisavam ser vistas para além de um simples olhar.
Tem uma canção cristã muito linda que diz: “abra os olhos do meu coração, abra os olhos do meu coração, Quero Te ver, quero Te ver...”. Como um pedido a Deus para abrir o nosso coração para vê-lo.
No processo terapêutico, também temos nossos olhos abertos para nós mesmos e para o mundo que nos circunda.
O AUTOCONHECIMENTO
Muitas pessoas têm receio de fazer terapia ou análise, por medo do que vão encontrar. Já ouvi muito: “tenho medo do que posso descobrir sobre mim...”. Outra disse: “e se dentro de mim só tiver coisas ruins?”.
A terapia de base psicanalítica, busca trazer o que fora esquecido, algo penoso para o indivíduo; e esse penoso nem sempre significa, necessariamente, algo ruim, mas pode se referir a algo bom que se perdera ou que fora intensamente desejado. É uma ferramenta poderosa para o autoconhecimento, ajudando os indivíduos a explorar sua mente de forma mais profunda e a desenvolver uma maior consciência de si mesmo. Esse processo é desafiador, mas pode levar a uma maior realização pessoal e a uma vida mais autêntica e satisfatória.
“Qual poderia ser a causa de os pacientes esquecerem tantos fatos de sua vida interior e exterior...?”, perguntava-se Freud. Assim, ele abandonou as perguntas no trabalho terapêutico com os pacientes e os deixou dar livre curso às suas ideias, (Livre associação). Observou que, muitas vezes, eles ficavam embaraçados, envergonhados com algumas ideias ou imagens que lhes ocorriam. Ao trazer à tona esses conteúdos inconscientes, o objetivo é proporcionar ao paciente um maior entendimento de si mesmo, de suas motivações e de suas dificuldades emocionais.
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Uma paciente, quando lhe veio à mente o porquê de tantos problemas com sua irmã, ficou estarrecida: “...como posso ser assim tão feia, tão má? Mas agora ficou claro muita coisa e posso agir de outra forma e posso amá-la de verdade...”. O inconsciente quando vem à tona, traz libertação. Traz mudanças genuínas e possibilita novas relações.
Mas, dói!! Essa paciente chorou muito e até tentou negar... mas era tão clara sua visão, seu entendimento, que não lhe foi possível.
A dor do autoconhecimento é uma parte inevitável do processo de crescimento pessoal. Quando nos comprometemos a explorar nossos pensamentos, emoções e comportamentos mais profundos, muitas vezes, nos deparamos com aspectos de nós mesmos que podem ser desconfortáveis, dolorosos ou até mesmo perturbadores.
Essa dor pode advir de confronto com aspectos negativos de sua personalidade, revelação de questões não resolvidas, desconstrução de crenças limitantes, necessidade de mudanças e tantas outras.
A psicanálise reconhece que a vida humana é permeada por uma variedade de emoções, incluindo não apenas a felicidade, mas também tristeza, raiva, medo e ansiedade.
Abrir os olhos do inconsciente pode gerar dor momentânea, mas gera liberdade de escolhas verdadeiras, possibilitando o autocuidado e cuidado do outro.
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Li seu texto e pensei no bebê quando nasce. Abrir os olhos lhe é custoso…talvez, porque encarar a realidade será um desafio penoso. Beijocas, Carla Kirilos
Passamos muito tempo não aceitando o que é evidente e vamos justificando, dando desculpas, adiando…porque no fundo já sabemos que se “abrirmos os olhos” vai doer.
Namastê!