CASAS
Pompéu me aponta um céu e escuto: olha, você vê que sempre há espaço para morada?
Começo a pensar nas casas que fui habitando e nas casas que fui criando.
Casa da infância. Durante anos, casa das cobranças, das proibições, mas de afetos aprendidos que era só até ali. Durante 33 anos da minha vida tive um amor paterno do cuidado, do entendimento e do incentivo. Que carrego comigo sempre.
Casa de um casamento com alegrias, aprendizados, diferenças que duraram o tempo que demos conta.
Hoje, moro em outra cidade, na minha casa, do meu jeito, com meus tons. Essa casa física.
Mas, quando retorno à casa da infância, sinto-me num mausoléu.
Meu coração chora quando retorno. Buraco no coração que gostaria de preencher com o reencontro familiar.
Mas, aí lembro de escrever, na tentativa de bordar com o que há de belo em mim.
Mas a maior casa que habito é meu corpo, minhas emoções e minha mente - esta, me prega peças constantemente.
Lembro-me, agora, de uma mulher querida, que na sua despedida da cidade me falou: “Não deixe sua criança morrer”.
Na hora, pensei: “Como ela falou tanta verdade em uma frase?”.
Mas, a rotina, cobranças por entregas, o distanciamento no cuidado com o outro… fui deixando minha criança se apagar.
Hoje, olhei novamente para o céu de Pompéu, e agradeci por minha criança estar saindo de novo da caixa.
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Creio que todos os dias precisamos repetir para nós mesmas: não deixe sua criança morrer. Beijocas, Carla Kirilos
Identifiquei-me muito com seu texto, Aruane. E a casa que escolhi para comentar é meu corpo. Segundo a bíblia, o nosso corpo é o templo do Espírito Santo. Que sublime casa, onde habita Deus. E Deus em mim, significa que meu corpo é santo, forte, que exige respeito, que jamais poderá ser usado profanamente. Quão belo é o Espírito de Deus em mim, me guiando, me lapidando, me perdoando e me mostrando o caminho do amor, da sabedoria e assim terei empatia e ver meu semelhante como a imagem de Deus. Maria Anésia🌾
"Alô garotada, o que o palhaço mais deseja no mundo
É fazer uma criança feliz
E quando eu digo criança, são aquelas dos 8 aos 80 anos
A criança que nunca morre na gente
A criança que um dia fomos e que seremos sempre!"
Este é um trecho de uma música do Clube da Criança, cantada pelo palhaço Carequinha... coisa dos anos 80!... Mas que traz uma verdade tão bonita sobre essa criança que não morre, que nos lembra que é possível continuar sonhando e que, de alguma forma, nos faz voltar para casa, para o lugar do aconchego, ainda que estejamos distantes do espaço físico da primeira morada.
Parabéns pelo texto!
Somente a criança que existe em nós pode renovar nossas esperanças, porquê?
Porque ela é criança pura e leve e solta que acredita nas pessoas e na vida.
Namastê!