CHERRIE - UMA NOVA CHANCE

Em agosto de 2021, a Queimadinha se foi. Uma Pinscher 01, pequena demais com 2,8kg, apenas, e 18 anos. Minha leal companheira se foi. No dia de seu falecimento, após quatro episódios de convulsões, ela finalmente descansou.

Na época, fiquei desolada. Vivenciei um luto por três meses. Toda vez que me lembrava dela, chorava muito. Então, havia prometido para mim mesma que nunca mais teria um animal em casa, e que, se tivesse, teria que ser idêntico a ela - dócil, companheira, da mesma cor, da mesma raça, não poderia latir o tempo todo, lamber, teria que ser uma verdadeira lady - e, se isto acontecesse, se chamaria Cherrie. Como imaginava que isto jamais aconteceria, fiz este acordo com Deus.

Deus tem planos maiores que os meus... neste ano, após um ano e dez meses de falecimento da Queimadinha, na semana que antecedeu o feriado de Corpus Christi, vi deitada no passeio em frente ao meu trabalho, uma cadela linda. Praticamente idêntica a Queimadinha. Tinha olhos cor de mel, bem claros e era um pouco maior.

Ao vê-la, imediatamente, me conectei com o passado. Abri a porta com cuidado, e percebi ser uma cadela de rua. O pelo lindo, brilhante. Ela estava com sede. Chegou até mim ressabiada e com muita docilidade. Coloquei a água e logo ela se foi... dois dias se passaram, e na véspera do feriado, meu cunhado chegou em nossa casa dizendo que tinha uma cadela idêntica à que tínhamos antes, e estava na garagem.

Descemos correndo para ver, e para a minha surpresa, era a mesma cadela que dias antes havia se deitado em frente ao meu trabalho. Demos comida e água. Ela em agradecimento pulou no meu colo.

Eu, ainda com o coração fechado, não dei muita abertura para ela, mas fiquei pensativa. Meu marido logo me lembrou do meu acordo com Deus... eu, ainda resistente, subi. Assim, os dias se seguiram. Passou o feriado, chegou o fim de semana. No domingo, meu cunhado sobe para o almoço de domingo e, para nossa surpresa, quem estava na garagem...? A cadela de rua.

Descemos para vê-la e, mais uma vez, fui lembrada do meu acordo com Deus! A família em alegria... a cadela já tinha até nome “Cherrie”. Resolvemos levá-la ao veterinário para um check-up. Disse ao plantonista que fizesse todos os exames e que só ficaria com ela “se” ela estivesse completamente saudável.

Mais uma vez, Deus tinha outros planos.

Três dias se passaram... fomos buscá-la, então a notícia: A cadela “Cherrie” tem, no máximo, 3 ou 4 anos e estava com a doença do carrapato “Babesiose”. O veterinário disse que, se ela não fosse tratada, morreria de anemia. Uma pausa para uma lembrança da Queimadinha, que tinha 02 anos quando também teve a mesma doença. Coincidências à parte, resolvemos adotá-la.

Hoje, ainda em tratamento, ela é uma luz em nossa casa. Meiga, doce, não late e não lambe. Literalmente, um presente de Deus. Uma nova chance!

Meu nome é Carmen Santos, estou feliz por compartilhar este momento tão especial com você.

Até breve.

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