DE FILHA PARA MÃE
Como uma roseira em botão, você nasceu.
Fazendo florir, a cada momento, uma rosa. Espalhando, aos arredores, teu perfume perfeito. A vida trouxe-lhe muitos espinhos que te feriram profundamente. Na mais tenra juventude, você se viu mãe de quatro crianças. Nas idas e vindas do trabalho árduo na pediatria do hospital da Baleia, mal tinha tempo para dar atenção aos seus rebentos.
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Eu, como filha mais velha, tinha que ser o exemplo na casa. A primeira filha carrega nos ombros o peso da idade... ainda que tenha apenas cinco anos - ouvia dela “você já tem cinco anos!”. A filha mais velha nunca vai ser pequena, uma filha mais velha, por mais miúda que seja, sempre será cobrada como grande. Talvez, por isso, a primeira filha tenha uma espécie de confrontamento constante, com absolutamente tudo na vida.
“Em geral, os primogênitos já nascem com um instinto de lutador, de briga e de posicionamento firme”. Talvez, isto aconteça porque, de alguma maneira, damos ao primeiro filho a voz da força, sendo nós mesmas uma força tão controversa, tentando desesperadamente acertar com essa criança que ganha - coitada - o peso de ser “exemplo”.
Ah... que lugar difícil esse da criança que tem que ser exemplo;
é um podium às avessas, um castigo disfarçado de prêmio que o primogênito recebe, sem muita escolha. Por muitas vezes, recebi de minha mãe a incumbência de cuidar dos meus irmãos, da casa e de mim mesma, porque, afinal, eu era a mais velha, a mais responsável! Essa pressão só piorou, pois, você aos meus oito anos, foi morar no céu, me deixando “a reponsabilidade” de ser “criança e mãe...”
E assim cresci...
A primeira filha sofre, se aperta, se expande - um universo de alegrias e preocupações. E, embora pareça pesado o lugar dos primogênitos, é essa criança, a mais velha, que mostra o caminho das pedras, das flores, dos risos dessa jornada aos mais novos. O peso dos tropeços é infinito.
No entanto, o encantamento do amor que os filhos mais velhos trazem, faz com que seus irmãos mais novos se levantem a cada tropeço, e olhem para essa criança como uma mãe que anda junto com eles, ao lado, sempre desejando o melhor, um professor disfarçado de aluno, um presente disfarçado de susto, de correção aos seus irmãos. Essa filha sou eu, minha mãe, abri caminhos, com alegria e força aos meus irmãos.
Hoje, anos depois, finalmente me fiz mãe!
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Carmem, como me identifiquei com o seu texto. Também sou a filha mais velha e sei muito bem os bônus e ônus desta missão. 💋
Acredito que não deve ser nada fácil ser o primeiro filho(a).
Que coisa mais linda,Carmen!
Namastê!😍