DEFINA-TE
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O que te define?
Já fiz, várias vezes, esta pergunta nas minhas rodas de vivências reflexivas. E, o que se percebe claramente é que é muito difícil para as pessoas responderem-na. Principalmente, na frente de outras pessoas.
Geralmente, temos certa dificuldade de falar sobre nós mesmos. Mas, por quê? Quem dentre todas as pessoas saberia mais sobre nós?
Quando alguém nos pede para definir em palavras quem somos, uma série de pensamentos, sentimentos e emoções nos invade. Aquelas com as quais pouco lidamos, porque as pessoas não costumam querer saber quem somos de verdade. E, o motivo é que, na maioria das vezes, elas já formaram uma opinião sobre nós, seja baseado no que outras pessoas dizem, ou no que elas deduzem a partir do que pensam que conhecem. Criam um rótulo, a despeito do que seria a realidade, e atribuem a nós.
A pergunta mais difícil que já me fizeram foi: “Você está feliz?”. Assim, sem aviso prévio, uma pessoa que não me via há anos, me perguntou. Naquele instante, eu não soube responder. Vi-me muda, não consegui encontrar uma só memória que embasasse uma resposta positiva, ou negativa. Nada. Por alguns segundos, fiquei ali, estática, me defrontando com vários aspectos da realidade, que naquele momento vivia. Se eu respondesse que sim, ou que não, em ambos os casos eu teria que explicar. E, o fato de não encontrar uma resposta, me fez refletir muito.
Por que é tão difícil responder a perguntas como esta?
Acredito que, talvez, o que tenha contribuído bastante para isso, seja que muitos de nós recebemos uma educação que enfatizava a humildade como a virtude das virtudes. Ser humilde era primordial para ser aceito. Mas, qual o conceito de humildade que nos apresentaram?
Será que foi esse: Qualidade de quem tem consciência de suas limitações; modéstia.
Ou esse: Em que há ou demonstra fraqueza diante de algo ou alguém; inferioridade.
Não nos ensinaram a lidar com elogios. Não nos ensinaram a elogiar. Aprendemos que, quando recebemos um elogio, ainda que corresponda à verdade, devemos responder com autodepreciação. Do tipo que alguém diz que você está linda e você responde que nem tanto, que seu cabelo não ficou muito bom hoje. E, que, se elogiamos as pessoas, está implícito que nos colocamos como inferiores a elas.
Então, quer dizer que, ser humilde seria se colocar sempre como inferior, não aceitar elogios como verdade a ponto de rejeitar nossas muitas qualidades e virtudes?
Por pensar assim, é que muitos de nós entregamos o nosso direito de nos definir nas mãos de outras pessoas. Porque é isso que fazemos quando permitimos que outras pessoas nos definam, digam quem somos. Tudo em que acreditamos se torna verdade em algum momento. Então, se acreditamos no que as pessoas pensam e dizem sobre nós, aquilo vai se tornando verdade, porque terminamos por seguir caminhos que reforçam esse princípio.
Ninguém pode falar melhor sobre você do que você mesmo. Porque, só quem passou pelo que você passou, caiu nos buracos que você caiu, se levantou e superou o que você superou, pode saber quem é você. E, considerando que as experiências são individuais e intransferíveis, ninguém passou exatamente pelo que você passou, só você mesmo. Só você sabe onde doeu e a intensidade da dor. Só você sabe. As outras pessoas podem imaginar, ou deduzir. Não, saber.
Eu gostaria muito que você compreendesse a importância de retomar para si o poder de saber quem você é realmente. E também tivesse a compreensão de que ser humilde nunca foi se menosprezar, nunca significou que você não pode reconhecer suas qualidades e habilidades que são imensuráveis, tamanho o seu valor. Que você reconhecesse-se como um ser único e verdadeiro, sem deixar de saber que pode falhar sim, mas que nada pode abalar a sua crença em si, quando você sabe quem realmente é, e o que representa. E que soubesse que, o que os outros pensam sobre você, faz parte apenas da projeção que eles fazem deles mesmos sobre a pequena parcela que você permite que eles conheçam. O que eles pensam pertence a cada um deles, e a mais ninguém.
Ter humildade é não projetar-se para cima de outrem como forma de prover humilhação a quem quer que seja. É respeitar-se em cada fragilidade, em cada queda, reconhecendo-se apenas como diferente dos outros, não pior. É respeitar a sua própria individualidade e a do outro, como algo sagrado que é.
Mas, nunca deixar de assentir um elogio, sempre respondendo com um “muito obrigada”, no sentido de reconhecer o seu valor.
Conhece-te e Reconhece-te o suficiente para nutrir em si a liberdade de saber-se de forma a jamais permitir que outra pessoa o defina, a não ser, você.
Luz e paz!
Até a próxima!
Tive o privilégio de poder dizer o quanto esse texto me transformou...
É muito bom saber quem somos, não é Carla! Gratidão por comentar! ♥️
É incrível como o tempo vai nos ensinando a olhar mais e mais para dentro de nós e trabalharmos com menos angústias nossas forças e fraquezas. O que me define? Hoje sei responder na ponta da língua: Sou filha amada de Deus e, porque ele me ama, posso ser quem eu eu sou com meus defeitos e qualidades.
Muito bom ler seu texto e as reflexões nele contidas, Rubia! 👏👏👏💋❤️
Gratidão, Mari, querida! Você faz parte dessa história! ♥️
Rúbia, eu tô muito impactada. Gratidão por expressar em palavras um sentiento que é tão nosso, no particular e no plural. Seus textos dão borboletas no estômago.