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DOR FÍSICA - DOR EMOCIONAL

Foto do escritor: TEREZINHA ARAÚJOTEREZINHA ARAÚJO

A dor física é um mal-estar que nos tira alegria e o prazer para tudo. Pode ser aguda ou crônica e pode variar em intensidade. A dor física é, muitas vezes, um indicador de que algo está errado em nosso corpo, e pode ser causada por lesões, doenças ou condições médicas diversas. 


Mas... e a dor emocional?



Embora a dor física e emocional sejam experiências diferentes, é importante reconhecer que podem estar interconectadas. Uma dor crônica pode ter um impacto significativo no bem-estar emocional de uma pessoa, levando a sintomas de depressão ou ansiedade. Da mesma forma, o estresse emocional pode manifestar-se fisicamente, causando tensão muscular, dores de cabeça e tantos outros sintomas físicos, como vimos na questão da Psicossomática.


A dor emocional é mais difusa, não tem localização exata. Alguém já disse que quando tudo dói, a dor é na alma. Essa pode ser causada por eventos traumáticos, perdas, conflitos interpessoais, estresse ou distúrbios mentais. A dor da alma pode se manifestar de várias maneiras, incluindo tristeza profunda, ansiedade, solidão, sentimentos de vazio. O tratamento mais comum é o uso de medicação.


A dor da alma é facilmente diagnosticada como depressão, transtorno bipolar ou outros transtornos, passíveis de medicação. Os antidepressivos atuais agem na sinapse celular, e sob essa ótica, a depressão nos é apresentada como uma síndrome que deve ser erradicada, independentemente dos motivos que levaram a ela e da história de vida do sujeito, pois estar deprimido é ruim, sinal de disfunção orgânica e de fracasso do funcionamento do corpo e da alma. 


À psiquiatria atual interessa interromper a disfunção, erradicando o sofrimento depressivo, sem fornecer ao sujeito a possibilidade de encontrar o caminho da simbolização. Com isto, o sujeito permanece numa posição empobrecida, dependente de uma solução mágica que as pílulas trazem. “Quando vou ao médico e digo que não estou bem, ele muda meus remédios, aumenta a dosagem, introduz um novo cumprimidim (sic) e vou levando.” (relato de uma paciente em sua primeira consulta). 


Recebo pacientes no consultório relatando a dor moral descrita por Séglas, 1894: “... dores sem muita localização, fadiga intensa, palpitações, perda de apetite, insônia, sonolência, apatia, falta de resolução, falta de autocuidados”, trazem, também, seus medos, dificuldades de relacionamentos, de fazer escolhas, de mudar,  dizem que não estão satisfeitos no trabalho, na verdade nada lhes dá prazer.  


A dor não seria a dor de se ver diante de si uma profissão que não gosta e que não quer exercer?


Não seria a dor de sustentar o que fizeram de nós? “preciso trabalhar nisso para ajudar meu marido, minha família”,   “apostaram e investiram em mim”. 


Não seria a dor de ser o que acham que somos: “você é muito competente, você vai dar conta”. 


A dor não seria da dificuldade de ter um diálogo franco com o que ou quem nos aflige? 


A dor não seria de encarar que fazemos muitas escolhas para agradar a outros e não a nós mesmas, respondendo às demandas da família, dos amigos, do mercado?


A dor não adviria de negar tudo que poderia nos trazer mais satisfação? 


Quando conseguimos olhar profundamente para nós mesmas, vemos que as cobranças ultra rigorosas e imperativas, vêm de nós. Há uma predominância de um sentimento de culpa exacerbado. O desejo está morto!

 

A análise - uma terapia - deve levar-nos ao nosso próprio desejo, permitindo que tenhamos contato com quem somos de fato. A análise visa ao autocuidado, possibilita sair das metas, objetivos e planos ditados pela cultura da performance, do ter; nos leva a intimidade com o que queremos ser, para podermos criar laços com as pessoas, para sermos seres criativos. A energia liberada do sintoma da dor é canalizada para uma vida mais livre e satisfatória. Livres para construir um novo caminho, novas trilhas.






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4 Comments

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Guest
Mar 16, 2024
Rated 5 out of 5 stars.

Não há sentimento mais triste que machuca mais a alma, do que quando a pessoa se sente inútil. Há muitas mulheres que se sentem inúteis. Há muitos aposentados, pessoas que estão com os cabelos branquinhos, que se sentem inúteis, sentem-se como se não prestassem para mais nada, indesejáveis, frustrados e sem perspectivas. Há sim que se olhar para dentro e dar voz as dores. Isto cura! Beijocas, Carla

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Guest
Mar 14, 2024
Rated 5 out of 5 stars.

E assim, temos a chance de curar nossas dores


Didi

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Jefferson Lima
Jefferson Lima
Mar 14, 2024

Excelente reflexão, que conclui nos convidando ao autoconhecimento, tão essencial para nos ajudar a alinhar as expectativas e reduzir os impactos das pancadas da existência sobre a nossa saúde física e mental.

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Guest
Mar 13, 2024
Rated 5 out of 5 stars.

E o incrível nesta jornada é que quando a dor não é física, física se torna, porque o nosso corpo ampara todas as nossas emoções.

Namastê!

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