ENVELHECER: UMA DÁDIVA
- TEREZINHA ARAÚJO
- 19 de mar.
- 4 min de leitura

Neste texto, quero pensar o envelhecer como uma dádiva, como um presente que recebemos por não ter nossa vida ceifada precocemente.
Vamos pensar como receber o envelhecimento como um Novo Tempo? Um período rico de possibilidades, mesmo numa sociedade atravessada pelo imperativo da felicidade, pela espetacularização, pelo culto da performance e pela patologização e medicalização da tristeza.
Aqui, trazemos alguns aspectos que são decorrentes do envelhecimento e como podemos lidar com eles de forma que seja mais leve e sem os costumeiros clichês como o etarismo.
O envelhecimento é um processo natural do corpo humano, que pode causar mudanças que podem levar a doenças.
Isso é fato, nosso corpo é uma máquina, e como toda máquina vai se desgastando com tempo e de acordo com o uso, ou mau uso, que fazemos com ela.
Paul Tournier nos ensina que devemos começar a nos preparar para a aposentadoria a partir dos quarenta anos. Fico pensando, hoje nos meus 60+, que devemos já começar a pensar como queremos envelhecer antes mesmo dos trinta anos e não somente em relação a aposentadoria, mas em todas as áreas de nossa vida. É exatamente quando estamos muito bem de saúde, profissionalmente encaminhados, realizando projetos e sonhos, que estamos mais aptos a pensar em como queremos viver quando tivermos mais limitações, quando já não tivermos tanto fôlego para correr atrás daquilo que almejamos.
Adotar hábitos saudáveis desde cedo é essencial para garantir bem-estar a longo prazo, prevenindo e evitando doenças para promover qualidade de vida após os 60 anos, estendendo, assim, uma condição de vida jovial por muito mais tempo.
Somente a rotina de praticar exercícios físicos já traz um novo fôlego, sentimento de bem estar que nos proporciona sensação de sermos mais jovens e potentes. Estudos indicam que a prática regular de exercícios físicos pode aumentar a expectativa de vida em até 7 anos ou mais. Quanto mais cedo se começa com os exercícios físicos mais longevos e ativos podemos ser.
Uma dieta saudável também nos garante um viver longe dos remédios e das dores; dizem os especialistas que só devemos comer o que Deus criou, nada de comida industrializada e embutidos cheios de conservantes.
Monitorar a saúde com exames de sangue, controle da pressão arterial e visitas regulares ao médico ajudam a prevenir e tratar precocemente possíveis problemas no nosso corpo.
O envelhecimento não significa que é tarde para você cuidar de suas emoções, de sua saúde mental.
Se você nunca procurou um Psicólogo ou Psicanalista ao longo de sua vida e enfrentou sozinho suas dificuldades, ansiedades, inibições, angústias e sintomas, não adie mais.
Quando nos aproximamos da fase em que começamos a pensar como foi nossa vida, o que fizemos, o que não fizemos, questionarmos nossas escolhas e o que poderia ter sido diferente, ou ainda, se temos que enfrentar separações dos filhos, do cônjuge, do trabalho, é importante procurar um profissional para nos ajudar a identificar e elaborar conflitos internos, permitindo a libertação de ressentimentos, culpas e traumas.
Produzir ressignificação no modo de vivenciar e representar o processo de envelhecimento, dado que o envelhecer nunca é igual para todos, sendo da ordem da subjetividade, necessita de uma análise pessoal a fim de possibilitar uma vida mais leve e prazerosa.
Compreender as próprias emoções é um passo importante para o equilíbrio mental. Desenvolver habilidades para lidar com os novos desafios que essa fase exige, é aprender a expressar sentimentos em sintonia com nossos desejos, com quem somos, evitando o acúmulo de tensões e promovendo um maior controle emocional.
Saber identificar os nossos desejos e saber o que fazer com eles é garantia certa que entendemos o que é nosso e o que é do outro. Reconhecer as amizades verdadeiras e manter uma comunicação aberta nos relacionamentos contribui para uma vida mais harmoniosa. Conhecer-se é fundamental em todos os períodos da vida, porém, na maturidade, traz segurança e consequentemente autoestima elevada.
O autocuidado emocional é tão essencial, quanto cuidar da saúde do corpo.
O envelhecimento não nos tira a capacidade de continuarmos a nos desenvolver social, cognitiva e culturalmente.
Pessoas 60+ podem ter uma vida social, amorosa e profissional ativa. Podem e devem buscar novos interesses e sentido para sua existência.
Precisamos manter contato com nossos amigos e entes queridos para desfrutar de uma vida saudável. Somos mais felizes quando nos sentimos conectados e isso transparece, inclusive, em nossa aparência. Incluir tempo de qualidade para encontros, conversas e momentos de lazer com as pessoas que gostamos é vida viva.
Fazer novos amigos, também! Aumentar nosso círculo social participando de atividades de voluntariado, desenvolvendo novos hobbies, hábitos, conhecer pessoas com interesses afins aos nossos é sempre uma oportunidade estimulante, nos proporciona novos conhecimentos e aprendizados.
As experiências e os saberes acumulados ao longo de uma vida podem ser otimizados e utilizados em nosso próprio benefício e da sociedade. Pode ser um tempo de realizar sonhos e projetos guardados, ou mesmo novos, de se desenvolver culturalmente e até mesmo iniciar uma nova profissão ou carreira.
Ter metas e objetivos de vida proporciona senso de direção e satisfação. Seja no âmbito profissional ou pessoal, encontrar atividades que façam sentido e celebrar pequenas conquistas diárias, ajudam a manter a motivação e a autoestima elevada.
O tempo de 60+, como qualquer outro tempo, é um momento propício tanto para novas conquistas, como também estar sujeito a perdas, e precisamos estar preparados para ambos.
O importante é não sair do jogo!!!
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“O importante é não sair do jogo!”
Porque enquanto há vida, há o convite para viver,
Namastê!
Você foi no cerne de uma questão muito necessária, Terezinha! Tenho conversado com algumas pessoas sobre este tema, enquanto me preparo para entrar na década que me levará à soberana idade! Parabéns pelo texto!