ESCOLHA PROFISSIONAL - Uma Questão Multideterminada
Caminhamos para o final do ano, e para muitas pessoas é um tempo de escolher uma profissão, um curso, ou ainda pensar em mudança de carreira.
Quando se fala de Orientação Profissional, pode-se pensar em adolescentes em crise diante da necessidade de escolher um curso universitário.
Escolha Profissional, porém, é muito mais que isso, é um momento significativo na vida de um indivíduo, pois, determina sua inserção social e sua futura relação com o mundo produtivo.
![](https://static.wixstatic.com/media/44bda1_832599d761364141b4b45abacfed8e52~mv2.png/v1/fill/w_980,h_784,al_c,q_90,usm_0.66_1.00_0.01,enc_avif,quality_auto/44bda1_832599d761364141b4b45abacfed8e52~mv2.png)
A escolha de uma carreira não deve ser feita sem se levar em conta todos os aspectos que envolvem tal atitude. Não deve ser uma escolha ideológica, baseada em pressupostos falaciosos, como: “todos são livres para escolher”; “há igualdade de oportunidades”;” o ser humano nasce com certas tendências ...”. É preciso saber que a liberdade de escolha é limitada pela classe social, pela família, pelo momento político e econômico do país e por determinantes subjetivos e isso vale tanto para a primeira escolha quanto para uma mudança de carreira.
Assim, o objetivo da Orientação Profissional é propiciar ao sujeito a conscientização dos diversos fatores que interferem ou interferiram em sua decisão, ampliando seu conhecimento sobre sua realidade, possibilitando-o a decidir entre as várias opções, a que lhe parecer melhor, prestando-lhe o maior número de informações possíveis sobre as diversas profissões e ocupações, desfazendo preconceitos, estereótipos, ideologias, promovendo a análise do momento atual e acima de tudo um olhar profundo sobre si mesmo. Responder a questões como: O que quer para si? Quais são seus reais desejos medos e inseguranças? Esse deve ser o foco primordial de uma Orientação Profissional.
O sujeito, muitas vezes, é visto e se sente pelo que desempenha, e é reconhecido por isso. A escolha de uma carreira, uma profissão, é também um pensar sobre sua identidade; é a partir desta identidade que estará desenhando seu projeto de vida, construindo sua individualidade, sua subjetividade.
Acredito que o ato de escolha seja responsabilidade do sujeito singular e é um momento solitário, que envolve “escolher o que quer, e o que está disposto a perder”. É um ato de nascimento existencial, (re)definindo sua posição no mundo (trabalho). Assim, conhecer a si mesmo e ser capaz de identificar e analisar que fatores são determinantes para sua escolha é tarefa necessária para quem está num momento de escolha ou transição de carreira.
PODER ESCOLHER
Escolher é definir o que fazer, quem ser, quem não ser.
Uma boa escolha é a que não nega o conflito - elabora-o. É aquela que leva em consideração o passado (pessoal) mas também projeta o futuro. É calcada em informações. É vista como ponto de partida. Uma escolha não é para sempre. Há que se estar constantemente realinhando o caminho, revendo posições, buscando novas direções. “O homem de nosso tempo deve também cronicamente ser uma pessoa em crise - e esta crise constante é a melhor adaptação ao meio que se quer modificar e transformar” (Bleger).
ESCOLHER É ELABORAR A PERDA DO NÃO ESCOLHIDO
Escolher significa “eleger, optar entre duas ou mais coisas; entre duas soluções: escolheu a que mais lhe convinha” (Aurélio). Assim, quando se escolhe uma coisa, perde-se outra de igual significado, valor e necessidade. Daí a dificuldade e sofrimento com o ato de escolha.
O papel do Orientador é ajudar ao orientando a elaborar suas perdas e conhecer os mecanismos de defesa que está utilizando para suportar esse momento de crise. É a partir da elaboração desses lutos que se torna sujeito desejante e, portanto, capaz de escolher de forma satisfatória, não uma carreira ou novo trabalho, mas, um projeto de vida.
O Orientador Profissional deve estar constantemente buscando a compreensão do funcionamento da sociedade, dos indivíduos e da relação de um com o outro, pois é neste espaço que a escolha acontece.
É preciso estar atento às transformações que o mundo moderno vem sofrendo, principalmente no que diz respeito as relações de trabalho. “O impacto da ideologia da pós-modernidade transforma a noção do vínculo do homem com o trabalho e a sua produção social, trazendo mudanças vertiginosas que em muito se contrapõem aos modelos e aos sentidos que o trabalho teve até então na humanidade....”. (Lehman).
É preciso pensar e refletir sobre isso!!!
Não se esqueça de deixar um comentário, e seguir nossas redes sociais:
![](https://static.wixstatic.com/media/44bda1_419652e939c844b699f4f0fd991d0f16~mv2.png/v1/fill/w_980,h_454,al_c,q_90,usm_0.66_1.00_0.01,enc_avif,quality_auto/44bda1_419652e939c844b699f4f0fd991d0f16~mv2.png)
Atualmente estou passando por um momento de alteração de rumo, um mudança considerável na minha vida profissional. Não deixa de dar um frio na barriga, ainda mais quando os cabelos já são grisalhos, a idade já é contada em décadas e os desafios da pós-modernidade estão aí para serem enfrentados ou para nos vencer. Mas como é bom aventurar! Ainda que seja pra escorregar num tobogã de um parque do interior, dentro de um saco de pano, em direção a uma piscina de bolinhas!
Escolha profissional, uma escolha difícil em tempos modernos, pois ela está entre a morte de profissões antigas e nascimento de tantas outras.
Namastê!