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EU ME LEMBRO DE VOCÊ - CAPÍTULO VIII

Foto do escritor: DIDI ANDRADEDIDI ANDRADE

Provar que todos estavam errados demonstrou ser mais difícil do que parece.


Envolvia meses de um Canarinho rabiscando desenhos, cálculos e textos loucamente em papéis.


Chegou a rabiscar tanto, que logo todas as paredes, saliências e mesmo o chão de nossa toca, com exceção de nosso ninho, foi coberta pelas folhas. Canarinho os colava em qualquer lugar que tinha espaço.



Claro que, com exceção dos estranhos desenhos de pássaros, eu também não entendia nada do que ele estava dizendo naquelas coisas, mas arrancá-las das paredes, mesmo que fosse divertido, era provocar a fúria total de certo alguém, então aprendi a tolerá-las, desde que não fossem postas em nosso ninho. Foi como um acordo silencioso entre nós dois.


E, embora, nesses meses, as pilhas de papéis na casa só aumentassem, provar que todos estavam errados mudou muitas outras coisas.


Por exemplo, pelos papéis, Canarinho se enfurnou em nossa toca e nunca mais saiu da beber, isso foi um dos maiores benefícios!


Chega de ter que limpá-lo quando ele estava sujo!


Ou do fedor do álcool!


Ou de humanos malfeitores nos prejudicando!


Como Canarinho não frequentava mais os lugares de antes, o Homem Forte não teve chances de perturbar nossa paz!


Mais que isso, o próprio Canarinho pareceu ter mudado.


Ele não lamentava nem chorava mais, tinha algo em seus olhos, algo que brilhava toda vez que ele desenhava estranhas asas de passarinhos naquelas folhas.


E, o mais importante, agora ele se considerava oficialmente como meu humano!


Não me ignorava ou gritava mais!


Era cordial e amável quando cuidava dele;


Embora fosse focado nos papéis, sempre fazia carinho quando eu pedia;


Comprava, com o dinheiro que recebia do irmão, coisas deliciosas pra nós dois! Ele até me alimentava!


Às vezes, eu o forçava a sair um pouco mais de nossa toca, afinal, só se enfurnar naqueles rabiscos também não era tão bom. Como não sabia onde poderia levá-lo, devido ao Homem Forte e ao fato de que humanos eram péssimos caçando ratos ou pulando muros para dormir em telhados, o levava para a pequena campina que fomos na primeira vez.


Lá, podíamos brincar um com o outro, ou só deitar na grama quente ao sol e olhar o azul do céu ou passarinhos.


Às vezes, também caçava pássaros e os trazia  para Canarinho. Embora não entendesse muita coisa do que ele tanto escrevia, tal ato provou ser uma boa ajuda em seu trabalho, e que ele achava aquilo o mais precioso dos presentes. Me deixava feliz, mesmo que ele não os comesse e só os abrisse pra olhar o que tinha dentro.


Nunca pensei que pássaros tolos fossem tão complexos até ver os desenhos de Cantinho.


Foram meses de paz que eu não tinha a muito, muito tempo. Provar que todos estavam errados era a melhor coisa do mundo!


Então um dia, cheio de olheiras*, Canarinho sentou-se à minha frente com uma cara muito séria:


– Sabiá, - mio em resposta - acho que isso não está dando muito certo.


Aquilo quase me fez cair da mesa.





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2 bình luận

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consultoriafkm
19 thg 11, 2023

E agora, o que vai acontecer? Aguardando os próximos capítulos.💋💋 Carla Kirilos

Thích

RUBIA ARCE Admin Blog
RUBIA ARCE Admin Blog
19 thg 11, 2023

Teste de comentários.

Thích
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