ILUMINA.TE
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Quando pensamos na imensidão que significa uma existência, tendemos a direcionar o foco para o macro, isto é, os maiores momentos, as grandes recordações. Aquelas mais felizes, mas, principalmente, as mais tristes. Perdas, erros, falhas, tombos, enganos, estão sempre lá, ocupando um lugar de destaque na nossa visão de vida.
E nos culpamos. Muito. A culpa é nosso modo de sentir preferido. Damos um jeito de encontrar culpa, até onde não temos. Não sei se por influência da forma como fomos criados, ou onde, exatamente, aprendemos a nos culpar tanto. Ignoramos por completo, por exemplo, as circunstâncias em que nos encontrávamos no momento em que aquela culpa foi gerada.
Erramos sim. E muito. Tropeçamos em cada amanhecer, entardecer, anoitecer. E conseguimos enumerar em ordem alfabética ou cronológica, cada vez que falhamos. Seja conosco, ou com outras pessoas. E nos decepcionamos violentamente. Uma decepção que assola, esmaga, degenera, enfraquece. Que destrói pedacinhos de nós que nem sabíamos que existiam.
Também perdemos. Muito. Fracassamos incontáveis vezes. E, em muitas delas, temos a nítida impressão de que perdemos sempre que tentamos. Como isso nos flagela! Dói profundamente. Traz uma sensação de que nada valeu a pena. Nadar contra uma maré imensa, forte e destrutiva. Cada braçada para frente, sentimos três para trás. O que nos freia, e faz ficar estagnados, como à deriva.
Costumamos buscar nos julgamentos exteriores um motivo para justificar nossas dores. Mas, no fundo, sabemos que o nosso mais cruel algoz, habita nosso interior. Somos o juiz, o jure, o promotor, e ocupamos o banco dos réus. Apontamo-nos como “o culpado”, e nos condenamos sem a menor piedade. Compaixão? Temos pelos outros. Entendemos as fragilidades de cada pessoa que atravessa nosso caminho. Compreendemos, relevamos muita coisa. Somos capazes de nos colocar em situações adversas, só para proteger alguém. E, quantas vezes já fizemos isso? Não sabemos, porque não estamos contando.
Abdicamos de uma vida, em prol de outras pessoas. Sacrificamos sonhos, mutilamos nossas capacidades, abraçamos outras realidades, que não condizem com o que aspiramos, só para ver ou fazer outro alguém feliz. Entregamos nossas habilidades de graça, porque nos importamos com as outras pessoas. Nos diminuímos para caber em espaços minúsculos, porque, em nosso entendimento, julgamos necessário. E, seguimos infringindo dor a nós mesmos, já que o veredicto será, sempre, a condenação.
Por que fazemos isso conosco? Por que você faz isso com você? Por que agimos como se merecêssemos menos que os outros? Por que os outros merecem compaixão, afeto, compreensão, amor, e nós não? Por que defendemos os outros com mãos de ferro, mas somos incapazes de, ao menos dizer algo de gentil para nós mesmos, e acreditarmos?
É como se nossa existência representasse uma escuridão gigantesca, e grandes holofotes estivessem posicionados em direção ao que nos torna piores. Tudo o que nos condena a seres ignóbeis, o que tira o sentido da nossa existência, jaz brilhante na nossa trajetória. E todas as vezes que fomos melhores, que vencemos batalhas, que superamos dores, que ajudamos alguém, que causamos o bem, que contribuímos positivamente, que conquistamos – detalhes que agregam valor à nossa existência - permanecem encobertos por uma névoa espessa, a qual, não ousamos penetrar.
Até que chegue o dia, ou alguém, que com amor e fé em nós, posicione uma lanterna acesa sobre nossos valores essenciais - uma luz quente e forte, que e nos atravessa, rompe a névoa como um feixe de esperança. Algo que nos recorda quem somos, o que realmente nos define, e com ternura, torna luminoso e brilhante aquilo que importa em nossa jornada. E, aos poucos, percebemos o dissipar da névoa, e se revela o que ela encobria: Uma existência magnífica, como uma montanha verde e repleta de vida, que a despeito da nossa percepção, alimenta e representa um lar para uma diversidade que respira ao seu redor.
Que o seu encontro consigo, seja regado à fé e esperança em si. Que sempre haja algo, ou alguém para te lembrar quem você é. Que você consiga enxergar os detalhes que tornam sua vida tão preciosa, quando recordar a sua trajetória. Que, o quanto antes, você se permita dissipar a névoa que encobre todo o seu valor, ainda que ela pareça impenetrável, e a estima pela sua existência seja elevada à máxima potência. Todo o seu potencial está aí. Abra os olhos e veja.
Com amor.
Ame ao próximo como a si mesmo. Ou seja, ame-se! Assim tudo fluirá com mais sentido.
Texto muito bem colocado. As vezes é mais fácil arrumar justificativa que encarar nossos monstros de frente. E se nos dispusemos a encarar vamos perceber que nem eram tão monstros quanto se mostravam.
Você me fez lembrar que fui criada com a ideia de que o outro é mais importante e a noção sobre solidariedade era em sentido máximo!
Doe a sua roupa para quem estå pelado,mesmo que para isso,você fique pelado.
Até que um dia, pensei: por que eu posso ficar pelada e o outro não?Quem disse que assim é justo?E,então,percebi que havia exagero nesse entendimento.Ninguém merece estar pelado.Ajudar não é se colocar em sacrifício.Sou grata aos meus pais bondosos que nos ensinaram a ser solidários.Sempre serei,mas não como meus pais.Namastê!