LADO DOIS DO PENSAMENTO
- MARIA ANÉSIA
- 17 de jul. de 2024
- 2 min de leitura
Penso quando vejo e vejo quando penso.
Uma sala de aula em que alunos de nível médio demonstram ausência de maturidade, sem nenhuma perspectiva de formação profissional, ainda pior. Um diploma no final de ano e basta. Uma folha de papel retangular, meu Deus, com dizeres bonitos, afirmando a conclusão de um curso que deixou a desejar. De posse dela, um estudante que passou a aula inteira no celular, não acompanhou as atividades de sala e tampouco participou do trabalho em grupo.

Aí me dá uma febre de pensamentos que me levam a questionar no modelo de sociedade que teremos futuramente. Jovens sem formação profissional, correndo atrás de um emprego que mal dá para o sustento. Outros de “deu em deu”, trocando de vagas.
- Aquela é bem melhor.
Nenhuma será melhor, porque não se preparou para ser um trabalhador. O diploma novinho em folha, guardado em casa, e o senhor dele desempregado. Que pena! Não trouxe consigo os requisitos que o mercado de trabalho exige.
-Um cidadão consciente do domínio de suas habilidades: energia, respeito no ato de ouvir e falar, um diploma que faz jus aos seus conhecimentos, saber onde está e o que está fazendo, discernimento de espaços e ambientes. O pouco que entendo necessário. Tem mais, chego em meu trabalho para trabalhar e não, simplesmente, assentar-me com celular nas mãos e me esquecer do mundo. Sala de aula é lugar de trabalhar.
Penso muito nessa ferramenta, celular e outras tecnologias. Posso resolver os problemas de casa ou da família, mesmo estando na rua ou vice – versa.
_ Isso não é fantástico?
Uma notícia chega no outro lado do mundo em um milésimo de segundo.
_ Que isso? A isso chamo loucura, dispensa pensamentos. No entanto, penso: tanta inteligência para inventar algo extraordinário e que causa revolução entre os homens – Porque, então, falta inteligência para saber usufruí-lo de forma produtiva?
Dói em mim ver meu aluno no celular, desde quando chego até a hora que saio. Sei que alguém poderá dizer assim:
- O que fazem esses professores que não proíbem essa situação?
Meu amigo, pense junto comigo: Se os pais não proíbem, a escola não proíbe, a Secretaria de Educação não proíbe, professor vai proibir? Ôxi, o aluno tem dezoito anos e o diálogo é sincero.
- O que estou fazendo de errado? Diz a mocinha.
- Vou bater de frente?
Enquanto chego perto dela para verificar o dito conteúdo, ela já deletou tudo e põe no Google para pesquisar algo muito interessante.
Celular é um desafio para todos. Internet, hoje, é a ferramenta básica para a vida da humanidade com portas abertas e fechadas...
E há pessoas que dizem com tom pejorativo. É para gatos e cachorros.
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E é essa a minha angústia, jovens recebendo um aprendizado que não lhes desperta interesse porque estão em outra plataforma: uma tecnologia louca e atraente frente a uma educação parada no tempo. Além disso, educadores que fingem e fogem dessa realidade. A educação é coletiva e há necessidade de todos os segmentos formarem um só, na defesa de uma sociedade melhor. Eu, uma gota d'água no meio do oceano.
O celular é um objeto que te chamou atenção. Mas pq este aluno ou outros escolhem o celular? Qual afeto há nisso?
Os jovens estão noutro tempo, o mercado de trabalho mudou drasticamente seu modus operandi. Enquanto isso o "sistema educacional" parou no tempo. Pior: grande parte dos profissionais que hoje atuam na educação, dizem estar lá por falta de oportunidade em outra área. Desse jeito o cão estará sempre a correr atrás do próprio rabo, sem ir a lugar algum. Infelizmente, nesse quesito, nada muda desde 1500.
Quando penso a postura do aluno de hoje, algo me diz que realmente ele não está fazendo nada de errado, só está querendo nos dizer que a educação precisa olhar para o perfil do aluno de hoje.
As Instituições Educacionais precisam deixar o aluno de ontem no ontem, porque o aluno do AGORA possui o tempo da tecnologia 24h.
E o que a Educação está fazendo por esse aluno, além de dizer que “essa geração” está perdida…
Perdida porque não se enquadra num sistema educacional ultrapassado.
Namastê!