MÃE, MÃE! MÃE, CACO DE MÃE
Todas são homenageadas no segundo domingo de maio.
Mãe que carrega uma barriga; mãe empencada de filhos, ou de um só; mãe adotiva, que registrou seu filho no cartório ou, ainda, a que cuida com amor: babá, tia, avó ou uma desconhecida.
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A professora que ouve os bons desaforos de certos alunos sem noção de amor, os desalmados e, mesmo assim, os ensina com responsabilidade, também é mãe. A educação precisa dessa mãe, porque os cacos de mãe que pariram seus filhos, às vezes, entendem que uma boa mãe é deixar o filho fazer o que quer. Passam a mão em sua cabeça e condenam os outros pela falta de respeito de seu filho, na escola e onde estiver. Esquecem que, lá fora, o mundo prepara uma porta larga, sem perdão.
Há mães que não deixam nem o filho nascer, dão o golpe, e muitas vidas são ceifadas. Outras jogam o bebê ao nascer, na lagoa da Pampulha, põem no lixo, jogam pela janela. Outro dia, uma torturou seu filho, o matou e levou seus restos mortais na mala para dar um fim a ele. Vida que ela mesma gerou. Toda essa crueldade, jamais vista por uma mãe, por causa de uma amante. O jornalismo é que noticiou.
Não estou condenando essas mulheres, sei que minha mente é curta para proferir uma palavra que identifique com elas. Só sei que são cacos de mãe.
Minha mãe era mãe. Costurava o dia inteiro, rodando a máquina com a mão. Mesmo atormentada com as maldições. Feitiço, galo cantando fora de hora, sonhos, visitas de beija-flor e besouros pretos em nossa casa. Ela tinha certeza de que a desgraça estava por perto. Vejo na lembrança, minha mãe, aquela mulher sequinha, de pano amarrado na cabeça, cansada, asmática, mas não desistia de ser mãe. Os filhos tinham liberdade e o de comer. Ensinava-nos a rezar: “Senhor São Bento, livrai-nos de bichos maus e peçonhentos.”
E, desta forma, fomos criados de pé no chão, nos matos, à beira dos córregos e lambuzados de barro. Uma infância feliz. Minha mãe tinha energia de sobra, andava à pé o dia todo. Não faltava coragem. Ninguém conseguiu combater sua força. Lutava para viver ou morrer. Um brilho intenso nos olhos - tenho certeza de que ainda brilha na eternidade. Todo ano me lembro dela e a homenageio na saudade e na lembrança viva daquela mulher idosa, umas canelinhas secas carpindo debaixo do sol de verão.
Dói em mim porque sei que nada poderei mais fazer por ela. Fim de promessa. Porém, consolo-me em homenagear às mamães vivas, esperançosas com seus filhos nos braços, dos lados e em suas frentes - amor que apenas elas têm. Não quero persuadir nenhuma, quero vê-las felizes. Sejam como minha mãe, não no que ela fazia, mas na força, fé, coragem, determinação de espírito e amor no coração – belezas de mulher.
Um feliz dia das mães a todas, com carinho!
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Que homenagem bonita, Maria Anésia! Parabéns para você que, além de ser mãe, traduz em palavras essa beleza!
Nem toda mulher é mãe,mas toda mãe que cuida,que zela é alguém que possui instinto materno.
Namastê!