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NÃO ERA UM SIMPLES SOFÁ

Foto do escritor: BETH BRETASBETH BRETAS
NÃO! E também não é o sofá da foto.

Era um sofá cheio de histórias familiares, um sofá que nos aconchegava em dias de stress, que oferecia assento em dias de encontros, que recebia confortavelmente meus pais...


Que escutava as conversas mais íntimas e que aceitava, tranquilamente, ser apenas uma mera parte da fotografia.

Era um sofá que me recebia em noites de insônia. Sofá onde meus filhos pulavam em frente a uma TV. Sofá opção para espalhar brinquedos, livros...


Sofá que se desgastou, que envelheceu, rasgou...

Mas que, como tudo na vida, por ele não ter nos abandonado, merecia uma despedida.


Não era uma coisa qualquer, como um vazio de algo que não vale mais e que pode ser jogado no lixo.


NÃO!


Foi com o coração agradecido que ofereci, sabendo que ele ainda podia ser útil - pensando em alguém que pudesse desejá-lo...


O CARROCEIRO!

Ofereci e ele aceitou. Veio buscar, porém quando foi colocá-lo na carroça, o sofá se revelou grande e não quis entrar.

O moço pegou um martelo e começou a judiar dele. E nessa hora, o momento se descabelou:


-MOÇO!! ESPERA! Assim não vale, você está batendo nele!!!


-Mas se não fizer isso, não vou poder levar. CALMA! Pode ficar tranquila que, quando chegar em casa, vou colocar os pés de volta.


-NOSSA! Mas dói ver o senhor fazer isso com ele. Vamos organizar as coisas na carroça, quem sabe...


-A senhora quer desistir?! Já vi que a senhora gosta muito desse sofá!!!


Naquele momento, em que só era possível confiar naquele moço - que não conhecia o sofá - olhei para a carroça, olhei para o céu azul...


Respirei fundo:

-Moço, deveríamos agradecer sempre, todas as coisas que, sem pretensão nenhuma, cumpriram seu papel maravilhosamente bem em nossas vidas...


-CALMA! Pode deixar que ele será bem recebido lá em casa. Estamos precisando de um sofá.

E ele, sem entender direito a situação, muito menos a minha postura, pediu um copo d’água.


Busquei. Ele bebeu, se despediu, levando o sofá.


Enquanto a carroça era manobrada, me despedia com um olhar de:


DESCULPA AÍ, SOFÁ!

E só quando eles viraram a esquina, entrei.


Ao entrar, olhei para o novo sofá e pensei:


Que histórias você irá registrar!!


“Que a importância de uma coisa não se mede com fita métrica nem com balanças nem barômetros... Que a importância de uma coisa há que ser medida pelo encantamento que a coisa produza em nós.” - Manoel de Barros


NAMASTÊ!


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Carmen Santos Autora do Bendita

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Estética e EFT com Helenita Bretas
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Jun 09, 2022

Muito bom! Devemos ser gratos a tudo! 👏👏👏👏👏

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