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OLHOS DE SIDARTA

Foto do escritor: BETH BRETASBETH BRETAS

Vejo como nunca vi.


Sinto como jamais senti

Uma eternidade enorme

Dentro de mim.


Passeio toda profunda

Com meus olhos de Sidarta


Vagando por vastidão sem rumo

Sem muros


Onde a visão máxima

É absurda

Como tudo que existe

No centro do absurdo

Cheio de sementes germinando

Na escuridão do mundo.


Com meu corpo equilibrado

E Minh’ alma abandonada


Flutuo


Por trechos invariáveis

De cores azuladas

E vento amainado


Soprando leve

Por cima do bordado

De flores em campo

Em olhos eternizados...


Piso manso

No tapete gramado


Onde tudo é suave

Neste segredo selado

E as coisas do homem

Passam longe deste momento embalado

Partilhado

Pelo alheamento de sensações desconhecidas.


O sol brilha morno na ponta do asfalto.


O mundo se abandona no que se diz edificado.


Os sonhos não são sonhos

Nesta paz incontestável

Solta

E de expressão apaixonada

Toda eterna


Toda entregue

Ao mistério não revelado.


A serenidade se afoga

Num protesto não manifestado

Fixo

Em cerca de arame farpado

Esperando a chuva prometida

Fazer parte da paisagem


Onde sombra cai na armadilha

E vulto retorna intacto.


(In Cinderela das Noites Vazias / Beth Bretas)

NAMASTÊ!




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90 visualizações4 comentários

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4 Comments

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Ana Carolina Bretas
Ana Carolina Bretas
May 28, 2023

Minha poetisa preferida ♥️

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Guest
May 21, 2023

Suave! Encantador, nobre e cheio de beleza! Que Deus abençoe sua bendita existência!

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Guest
May 20, 2023

Que lindo poema, Bete. Amei. Vou ler mais vezes e fazer novo comentário. Parabéns...

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Guest
May 19, 2023

Maravilha!!! Que poema profundo e cheio de verdade!!

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