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ONDE ESTÁ A VIDA?

Foto do escritor: TEREZINHA ARAÚJOTEREZINHA ARAÚJO

Digo o real não está na saída nem na chegada, ele se dispõe para a gente é no meio da travessia” Guimarães Rosa (Grande Sertão: veredas). Amo esse livro, vivo relendo, ele sempre me inspira e, a cada releitura, encontro algo novo.


E Guimarães sabia das coisas. A vida acontece no dia a dia, e é uma construção, ou melhor, uma reconstrução que precisamos escavar para nos encontrarmos.


Nascemos e já chegamos com uma história meio pronta, que não foi escrita por nós, mas por nossos pais, pelo contexto em que vivemos, por uma determinada cultura e tempo. Quando recebemos um nome, ele vem carregado de expectativas, de sonhos e ideais alheios a nós. Ele pode vir como homenagem ou como agradecimento a uma pessoa, a um santo(a). Pode vir até como uma reparação, e assim vamos percorrendo caminhos que sequer imaginamos porque estamos ali, fazendo escolhas que não são de fato escolhas, vivendo uma vida que pode não ser nossa, de fato. Mas como saber?


QUERER SABER


É preciso querer saber. Perguntar muito: por quê? por quê? por quê?

O inconsciente é algo a ser decifrado, pois ele é em essência somente cifragem, cabe a nós, buscá-lo, querer conhecê-lo para sermos senhores de nós mesmos. Se o caminho nem sempre é recheado de muito prazer, às vezes, árduo mesmo - como já refletimos em outros textos, buscamos na tecnologia, nas mídias sociais alívio e prazer fugaz, mas que nos levam à alienação, ao invés de proporcionar a propalada autonomia e consciência de si. Para isso, é necessário nos empenhar em saber quem somos de fato. Num primeiro momento, são os outros que dizem quem somos, e acreditamos neles. Mas, no caminhar da vida, vamos percebendo que há coisas que não entendemos: não sabemos por que reagimos de tal forma em determinada situação; não sabemos por que ficamos tão irritados com determinado tipo de pessoas ou situações; não identificamos de onde vem escolhas que nos levam ao fracasso e muitas e muitas outras questões para as quais não temos respostas. Quando não temos respostas para nossas questões internas, dizemos que estamos em sofrimento psíquico.

MAS, O QUE SERIA A SAÚDE PSÍQUICA?

Concordamos com Winnicott quando nos diz que situações emocionais traumáticas que ensejaram (depressões, ansiedades, fobias, dificuldades de relacionamentos, doenças psicossomáticas e tantos outros sintomas) podem ser “descongeladas”, em um processo de retorno a fases iniciais da vida, através da palavra e do acolhimento do terapeuta, podendo significar uma nova oportunidade para reconstrução de um verdadeiro self num ambiente seguro, confiável e facilitador que o estimule ao amadurecimento saudável para o sentir-se vivo real e criativo.

É poder estar no mundo de forma integrada ao ambiente, podendo tomar nossas decisões, a partir de análises e avaliações próprias, de poder assumir consequências, aumentando nossa capacidade de resiliência frente aos obstáculos que a vida cotidiana nos impõe. É encontrar o sentido e significado para a vida. Poder sentir que nossa existência faz diferença e torna diferente o mundo ao nosso redor. É a vida valendo a pena ser vivida!

E Guimarães tem a última palavra:


“O senhor… mire veja: o mais importante e bonito, do mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas – mas que elas vão sempre mudando. Afinam ou desafinam. Verdade maior. É o que a vida me ensinou. Isso que me alegra, montão.”



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SETEMBREAR

SETEMBREAR

3 Comments

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Guest
Oct 12, 2023

Viva la vida! Beijocas, Carla Kirilos.

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Guest
Oct 11, 2023

Reflexão importante

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Guest
Oct 09, 2023

Não nascemos prontos nem iniciamos do ponto zero.

Entre a nossa composição inicial e o que teremos que contruir,a vida vai nos ensinando.

Namastê!

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