PERMANECER
Sabemos que a humanidade está vivendo um novo período da história, sendo diversos os termos e conceitos utilizados para descrever esse contexto.
Um dos conceitos mais usados para definir esta fase histórica é “modernidade”. Semelhante termo soa redundante, por incluir toda a realidade que circunda.
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"Relacionar-se é caminhar na neblina sem a certeza de nada”, escreveu Zygmunt Bauman, em “Amor Líquido” (2003), um livro em que alerta para a crescente fragilização das relações sociais e afetivas no mundo moderno. Segundo o autor, amor líquido é aquele que escorre por entre os dedos feito água, é instável, não tem forma e substância, não dura.
Zygmunt Bauman define a modernidade como “líquida”, fluida, a impermanência e a constante mudança, de forma nela verificadas, nunca têm um término. A “modernidade líquida” opõe-se, na obra de Bauman, ao conceito de “modernidade sólida”, quando as relações eram solidamente estabelecidas, tendendo a serem mais fortes e duradouras. Sugiro, para reflexão mais aprofundada, a leitura deste livro.
E daí, neste cenário de tanta fluidez e mobilidade, a palavra que me vem à cabeça, atualmente, é permanecer. Incoerência? Não. Eu creio que é preciso ter coragem para se caminhar pela neblina, arriscar-se, para ser capaz de sair desse mundo líquido. Porque há, sim, coisas boas abaixo de toda esta superficialidade aparente.
Vamos analisar calmamente a origem da palavra permanecer.
Vem do Latim PERMANERE, “continuar, aguentar, ficar até o fim”, formado por PER-, “através”, mais MANERE, “ficar”.
Pensando neste conceito, será que é fácil “continuar, aguentar, ficar até o fim”? Nosso processo evolutivo é uma experiência engrandecedora em direção à plenitude. No entanto, do estado atual ao estado desejado, encontramos uma série de adversidades e obstáculos, que nos convidam a desistir e duvidar que verdadeiramente temos o potencial para gerar mudanças em nossa realidade.
É desafiador permanecer, não desistir, insistir! É sempre uma escolha. E isto vale para todas as coisas. Às vezes, é na vida sentimental, outras, na vida pessoal e, também, na vida profissional, mas em todo o tempo, viveremos o conflito entre continuar ou parar. Porém, por experiência própria vivenciada em diferentes momentos da minha trajetória, acredito que lidar com a frustração de não ter conseguido é sempre melhor do que ser obrigado a lidar com o arrependimento de nunca nem ter se arriscado a tentar, a insistir, pelo simples medo de fracassar.
Permanecer requer disciplina e motivação. A prática de nos obrigar a experimentar e conviver com emoções desconfortáveis aumenta a autodisciplina. E algumas pessoas fogem disso. Daí ser mais fácil optar pela volatilidade e fluidez, porque exige menos de nós mesmos.
Permanecer é também um exercício de fé que gera frutos, como bem está na Bíblia:
“Eu sou a videira; vocês são os ramos. Se alguém permanecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto; pois sem mim vocês não podem fazer coisa alguma.” (João15:5)
E, para finalizar, não há como não parabenizar a Rubia, autora e criadora do Blog Bendita Existência, por ter escolhido permanecer junto com mais autoras, há exatos três anos, no propósito de ofertar com alegria e com generosidade, algo para outras mulheres que faça diferença na vida de cada uma. Afinal, como está registrado em Atos 20:35 “...Há maior felicidade em dar do que receber.”
Parabéns, Bendita Existência!
Meu desejo é que possamos comemorar muitos e muitos aniversários juntinhas, permanecendo na mesma sintonia.
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