RELAÇÃO CORPO E PSIQUE: a questão psicossomática
Estamos iniciando mais um ano e pretendo fazer uma série de textos a respeito de algumas “sintomatologias” ou incômodos, mal estares que mais aparecem no consultório e no relato de conversas informais.
Vamos começar pensando a questão da Psicossomática. Psicanálise e Psicossomática encontram-se interligadas desde Sigmund Freud (1856-1939). Ainda que ele nunca tenha criado uma teoria psicossomática, foi um dos seus mais importantes precursores.
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Há várias correntes teóricas acerca da Psicossomática, não havendo, portanto, uma resposta única para lhe descrever. Mas entendemos, com Pierre Marty, a psicossomática como sendo toda perturbação somática que advém de um sofrimento psicológico que está na causa da doença. Assim os fenômenos psicossomáticos, as doenças de pele psoríase, úlceras, as doenças autoimunes, asma, síndrome do intestino irritado, dores no corpo, bruxismo, obesidade, anorexia, bulimia e tantas outras são manifestações de um excesso de energia num corpo com pouca elaboração psíquica, quando ainda não há uma linguagem para dar conta dos conflitos intrapsíquicos. Há uma falha na história primitiva do sujeito, dificultando as representações psíquicas dos afetos.
O corpo, desde o nascimento, assim como, o psiquismo, vai sendo desenvolvido na relação com o outro (a mãe ou quem cuida do bebê), sendo, portanto, uma construção. Cada sujeito, cada corpo, uma história própria. Nosso corpo, nossa imagem vêm do outro. Somos o que o outro diz que somos. Para Freud o corpo é o lugar de investimento pulsional, dado que para ele a pulsão se encontra entre o psíquico e o somático. Assim é no corpo que se manifesta quem somos.
Nas doenças psicossomáticas identificamos uma regressão de tipo arcaico, mas sem evidente fragmentação do Eu. Neste caso, a neurose do órgão é uma resposta somática que não pretende expressar uma emoção e é desprovida de sentido aparente (Vicente, 2005). O corpo é atingido diretamente com alergias, asmas e tantas outras afecções, mas não há a formação de um sintoma (uma coisa que representa outra), dada a dificuldade de representação simbólica (alexitimia) do sujeito psicossomático.
Frente a uma forte crise emocional ou situação de estresse importante, que estão acima da capacidade do sujeito de lidar ou tolerar, pela dificuldade de elaborá-las, aparecem as manifestações somáticas. Desse modo, frente a dificuldades de enfrentar tensões, o adoecer pode ser considerado uma tentativa de estabelecimento de um equilíbrio para o corpo, assim como o sintoma neurótico representa a saída para um conflito psíquico.
INTEGRANDO CORPO - PSIQUE
Entendendo que o somático e o psíquico formam uma unidade funcional e, tanto um, quanto outro, devem ser investigados, a experiência psicanalítica, através da escuta do paciente, possibilita que ele seja simbolicamente reconhecido, e lhe seja possível dar uma representação para a doença.
Na relação terapeuta-paciente cria-se um ambiente suficientemente bom, para que seja possível integrar corpo e psique a fim de fazer desaparecer a dor “física”.
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Para não adoecermos precisamos estar atentos as nossas emoções. Conteúdo muito relevante. Amei.
A integração corpo e psique é realmente determinante para o equilíbrio humano. Acrescento aí o espiritual. Beijocas, Carla Kirilos
Descobrir que os nossos sentimentos afetam nosso corpo é criar a possibilidade de curar nossas dores.
Namastê!