SOBRE O AMOR – PARTE 2
No mês passado, falamos sobre o amor erótico e romântico. Mas, o amor é algo grande demais para ser colocado numa forma só. Se entendemos que Deus é amor, já antevemos a sua grandiosidade.
Quero pensar, hoje, o amor-próprio e o amor ao próximo, vamos juntos?
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Somos fruto do transbordar do Deus trino – “O Pai dá tudo que é e tem ao Filho. O Filho dá a si mesmo de volta ao Pai e dá a si mesmo ao mundo...” (C.S.Lewis), e seguindo o Filho, amamos ao nosso semelhante como extensão do nosso amor-próprio.
MAS, O QUE É AMOR-PRÓPRIO?
Hoje, vejo tantas pessoas com um amor-próprio ferido, pessoas que não acreditam em si e em suas capacidades, que se desmerecem e se colocam em posição de objeto frente aos outros.
Do ponto de vista psicológico, entendemos o amor-próprio como um processo complexo e multifacetado, que envolve as diversas fases do desenvolvimento psicossocial dos indivíduos e suas interações com figuras parentais. A internalização de experiências ao longo dessas fases serão cruciais para a saúde mental e bem-estar emocional.
Nascemos com tendências herdadas que nos impulsionam para o crescimento e desenvolvimento, no entanto, esse processo não ocorre, se não há um ambiente facilitador quando ainda estamos numa relação de dependência absoluta. Desta forma, mãe/pai ou substituto, ao cuidar do bebê, estão estabelecendo a base para que se adquira a autoconfiança, que advém da crença que fomos amados e que podemos confiar em nós e nos outros para seguir a vida. À medida que crescemos e começamos a explorar o mundo ao nosso redor, o suporte contínuo e a aceitação dos cuidadores ajudam-nos a desenvolver a confiança em nossas próprias capacidades e acreditarmos que temos valor pelo que somos, não por uma versão de nós que criamos para agradar aos outros. Mas, se isso não acontece, há o que chamamos de “deprivação” (Winnicott), e o indivíduo vive na busca constante desse amor não internalizado, se autodestruindo e, às vezes, destruindo a quem está ao seu redor.
O desenvolvimento do amor-próprio em adultos é um processo possível e se dá de várias formas, tais como, abordagem terapêutica, práticas de autocuidado, práticas espirituais, cultivo de relacionamentos saudáveis e outras que levem ao autoconhecimento na busca da reconstrução de uma autoimagem positiva e amorosa.
E O AMOR AO PRÓXIMO, O QUE É?
Um equilíbrio saudável entre o amor-próprio e o amor ao próximo, seria necessário para relacionamentos satisfatórios, dado que o excesso de amor-próprio pode dificultar a capacidade de amar aos outros genuinamente, enquanto uma falta de amor-próprio pode levar a relações dependentes e codependentes.
O amor ao próximo, do ponto de vista psicológico, envolve a compreensão de como os indivíduos se relacionam e interagem uns com os outros, bem como, com os fatores que promovam a empatia, a compaixão e o altruísmo. Pessoas com baixa autoestima podem ter dificuldades em amar os outros, porque lutam para amar a si mesmas. Sentimentos de inadequação e autocrítica constante podem limitar a capacidade de se conectar genuinamente com os outros.
Mas, para Lewis, amor ao próximo não é um sentimento, mas uma escolha. Amar o próximo, segundo ele, é um mandamento que exige esforço consciente e decisões práticas. Um aspecto importante do amor ao próximo, segundo Lewis, é a capacidade de perdoar. Ele enfatiza que o perdão é um componente crucial do amor cristão e que deve ser estendido a todos, mesmo àqueles que nos fizeram mal. Para ele amar o próximo, não significa ter carinho, ou ser simpático com o outro, até porque, para conosco mesmos, muitas vezes, não agimos assim. Assim amar o próximo seria simplesmente desejar-lhe o bem, mesmo não sendo ele amável. E ele pergunta, “será que nós mesmos temos algo de amável”
Ele argumenta que, ao agir com amor, mesmo que inicialmente sem o sentir, os sentimentos amorosos podem eventualmente se desenvolver e crescer.
O que você acha de pensar o amor-próprio e o amor ao próximo dessa forma?
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O amor ao próximo, conforme o ensinamento cristão, nos leva a uma luta interna diária, onde o nosso ego e as complexidades das relações nos provam a todo tempo. Um aprendizado que leva toda uma vida!
Dois grandes desafios: amar a si mesmo e amar o outro.
Desafios que estão atrelados a projeções que criamos para atender ao social…
Que um dia, a gente possa se libertar das receitas sociais.
Namastê!