TUDO O QUE EU QUERO É ATENÇÃO
“Plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores.”
William Shakespeare
Eu precisava escrever sobre isso.
Atenção - do latim attentĭo,ōnis < attendĕre 'atenção, aplicação do espírito'.
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“Aplicação do Espírito”. Interessante expressão para definir essa palavra, cujo significado se torna cada vez mais estimado e desejado pelas pessoas. Ter, ou receber, atenção de outras pessoas é muito importante para o ser humano em geral, mas para alguns, essa necessidade pode alcançar níveis deveras assustadores.
Sim, se você não conhece alguém que faz tudo por um pouco de atenção, você provavelmente é esta pessoa. (risos)
Brincadeiras à parte, escrevo hoje, sobre essa necessidade tão acentuada de alcançar a atenção de outras pessoas, ou o medo exagerado de perdê-la. O que, muitas vezes, pode se tornar pesado, e acarretar danos que podem comprometer até a saúde física. Um pouco de tempo nas redes sociais já pode nos servir como fonte de observação, já que a busca por atenção, representada por likes e comentários, pode levar as pessoas a atitudes extremas. Porém, não seria exatamente pela observação desse tipo de desejo por atenção que escrevo, mas, por aquele sentimento gerado pelo desejo intenso de ter a atenção das pessoas mais próximas, aquelas que são importantes para nós.
Não possuo conhecimento algum sobre as origens desse sentimento, ou sobre o que pode despertar em uma pessoa tamanho gosto por, não apenas receber atenção, mas estar sempre no centro dela. Tenho certeza de que há uma explicação para cada situação, descritas nos livros analisados por esses estudiosos incríveis da mente humana. Mas aqui, afinal, não se trata de um artigo científico, apenas um pequeno relato de minhas observações da vida cotidiana.
Um dia, assisti a uma demonstração do projeto O Corpo Explica, em que o profissional em questão descrevia como enviamos mensagens para o nosso corpo em determinadas situações com tanta força - embora, muitas vezes, sem perceber - e como o corpo responde. Na ocasião, fazia-se um atendimento ao vivo a uma voluntária que relatava que havia sofrido um infarto, algum tempo antes, e descrevia o ocorrido como um “resultado” de um longo processo em que trabalhou por anos em uma empresa que não gostava, fazendo um trabalho que não gostava, com pessoas que não admirava, mas para o qual era bem remunerada. O que, no relato da voluntária, seria o único motivo pelo qual não mudava de emprego.
Nesse momento da demonstração, o profissional que a atendia, procura saber um pouco mais sobre sua vida para entender porque o dinheiro era tão importante para ela, de forma a fazê-la negligenciar a própria saúde para manter tal emprego. Claro que se tratava apenas de uma demonstração rápida, nada muito aprofundado, mas já foi possível entender um pouco sobre algo que considero real e vemos acontecer com frequência, sem nos darmos conta disso.
E, em seu relato, a voluntária vai chegando ao ponto: Ela era a filha dos sonhos de seus pais. Havia seguido todos os passos que eles sonharam para ela, e esse emprego era a cereja do bolo. Era o que a mantinha em um alto padrão social, assim como aos pais. Significava o retorno de toda a dedicação que eles ofereceram a ela durante tantos anos.
Era o motivo pelo qual
os olhos de seus pais brilhavam
ao contar sobre ela.
O profissional, então, concluiu. Assim sendo, como ela poderia abdicar de algo tão importante para eles, principalmente por um motivo tão irrelevante aos olhos deles, quanto a satisfação pessoal dela? A única coisa que os faria recuar e aceitar tal decisão, seria ver a vida dela ameaçada.
Eu nunca me esqueci disso.
Acredito que submetemos o nosso corpo aos mais variados condicionamentos, conscientes e inconscientes, por meio de pensamentos e sentimentos que alimentamos. Todos os dias, dizemos muitas coisas para nós mesmos, que nunca passam despercebidos por nosso corpo. Sejam elas positivas ou nem tanto, vão moldando as respostas que o nosso corpo vai retornar. Seja numa tentativa desesperada de justificar nossas ausências, falhas ou transgressões, seja no intuito de receber a atenção plena de todas as pessoas ao nosso redor, seja para alimentar o medo de perder essa atenção...
Até que ponto estamos dispostos a ir?
Enxergo isso como uma espécie de grito de socorro. Não necessariamente de uma pessoa que esteja em situação de abandono, por exemplo, ou sob a ameaça de ser abandonada, mas trata-se da forma como ela se sente.
Que mensagens temos enviado
ao nosso corpo todos os dias?
Será que esse seria o melhor caminho? Será que o resultado de adoecer a si mesmo e aos outros em nome de algo tão volúvel quanto a atenção das pessoas, tem valido a pena? Será que não somos capazes de enxergar que quem passa pelo sofrimento de sentir dores físicas, enfrentar problemas de saúde dos mais diversos, enfrentar hospitais, tratamentos muitas vezes dolorosos, somos nós mesmos, em nome de um pouco de atenção? Em que nível de carência emocional podemos estar ao nos condicionar a esse tipo de situação? O tipo de atenção recebido por esses meios seria realmente o que esperamos? Afinal, não se atrai mais abelhas com mel?
Muitas são as indagações e reflexões que me percorrem acerca do que não consigo explicar, mas que atravessam, de alguma forma, o meu caminho.
Borboletas são atraídas pelo perfume das flores.
Desejo muitas borboletas para você!
Gratidão por ler até aqui!
Com amor!
Até a próxima!
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.... Uau. Eu realmente não esperava pelo desfecho da mulher que sofreu um infarto....
Profundo.
Passamos grande parte da nossa vida desejando a aprovação do outro - é nos ensinado que o outro é sempre mais importante... Se você não pensa assim, será classificado como egoísta.E para ter a aprovação do outro é necessário chamar atenção e agiremos assim até o dia em que descobriremos que não é nada disso.
NAMASTÊ!
Quando estamos atentos ao nosso corpo, temos clareza do que estamos emanando para nossas vidas. Ele é o nosso guia!! 😘