UM TEMPO ATRÁS
Um tempo atrás eu não perceberia
E, provavelmente, nem sentiria.
Um tempo atrás, talvez, nem ligaria.
Tampouco sofreria, ou veria sofrer.
Não saberia o que significa, nem os impactos, nem as dores, nem o caos enxergaria.
Sim, talvez sentisse que algo pudesse estar errado. Mas, o que?
Sinto-me como se estivesse em estado de cegueira por longo tempo.
Por tempo demais, eu diria.
Não vi. Não senti. Desprezei.
Porque não olhei.
A clareza, no entanto, faz ouvir o soluço de dor, o grito abafado e sofrido, faz escorrer lágrimas dos olhos, faz o corpo estremecer, o coração doer.
Traz vergonha, e faz arder um desejo de mudar o mundo.
Mover montanhas e fazer enxergar.
Mas não se pode.
“Eles” não querem ver, não se importam. Não importa.
Porque tudo isso nunca poderá ferir os seus.
Esbarramos em uma muralha erguida sob sangue e forjada no fogo.
Uma gigante fortalecida e alimentada, diariamente, por gente que diz que é humano
mas não perde sequer uma oportunidade de mostrar desumanidade.
Fosse um tempo atrás eu não entenderia.
Mas, agora, eu entendo.
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Gratidão por ler até aqui.
Com amor.
Até breve!
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Um texto reflexivo que nos traz uma importante mensagem. Lilia
Que incrível poder senti através das suas palavras. Uma reflexão de transbordar. Sentir, reconectar, OLHAR!
Graças pela oportunidade de acordar e poder sentir e ver que recebemos todas as manhãs. Beijocas, Carla Kirilos
A gente só supera o que a gente enfrenta. E sentir é melhor do que não sentir e não se conectar.
Uma reflexão profunda, querida. Parabéns.
Levei muito tempo para acordar também e entender que não são todas as pessoas que conseguem realizar seus sonhos, porque vivemos numa sociedade que escolhe para quem ela irá abrir as portas para o sucesso.
Namastê!