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UMA CONVERSA

Foto do escritor: ARUANE AMORIMARUANE AMORIM

Uma conversa entre a branquitude e a negritude...


Num encontro à noite, após alguns outros encontros, onde o bate papo, a conversa brincam seriamente de aprender e apreender; o diálogo surge:


Branquitude - de forma lúdica e sensual fala: - Amanhã vai haver a comemoração do aniversário (diz o nome do local onde acontecerá) de um colega. Vem comigo?


A negritude com uma simplicidade de  impressionar, uma fala mansa, responde: - Meu bem… - enquanto acaricia cabelos e rosto da branquitude - vamos ver o que será o amanhã. E outra, não me sinto à vontade nestes lugares.


A branquitude, sem entender e, ao mesmo tempo, desejando a companhia da negritude, pergunta já respondendo antecipadamente:


- Por quê? As pessoas que vão e convivo são livres, legais e não têm preconceito. (relendo diálogo, vem como de relance a imagem dos dois chegando ao lugar e a negritude sendo olhada com lisonjeiros. Eita que o inconsciente dá o sinal - troféu?)


- Negritude: Moro aqui desde que nasci e conheço a cidade e os moradores. O olhar das pessoas que vão nestes lugares (referindo-se ao local da comemoração) não fazem eu me sentir bem.


Branquitude: - Que isso? Você não pode pensar assim. Vivemos num mundo atual que precisamos quebrar tabus, que não temos que ligar para o que os outros falam ou como nos olham.


Negritude: - Eu entendo sua forma de pensar e buscar viver, mas você nunca esteve ou estará do lado de cá.


Branquitude sentindo-se não entendida e querendo provar que está ao lado das minorias, das vulnerabilidades e da negritude diz: - Eu desde pequenininha sempre vi as pessoas como iguais nos direitos; nunca fui a favor de abuso de poder, discriminação. Minha irmã  uma vez, quando teve rebelião num presídio, dizia que eu gostava de homem PPP.


Negritude pergunta: - O que é PPP?


Branquitude: - Preto, pobre e se for presidiário, melhor. Eu fiquei irritada, porque somos uma miscigenação.


Negritude ri: Eu entendo que você se sensibilize e que tenta não ser racista. Mas, você nunca saberá o que vivemos e o que passamos até hoje.


Branquitude fica em silêncio refletindo e admirando a possibilidade de dialogar e perceber o quão tem muito a mudar, aprender e ser parceira.






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2 comentarios

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Jefferson Lima
Jefferson Lima
23 nov 2024

Nossa, Aruane! Que texto forte! Quanto sangue, suor e dor há nas realidades por trás da beleza poética!

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Invitado
21 nov 2024
Obtuvo 5 de 5 estrellas.

O Brasil silencia as vozes que o ajudaram a se tornar um país…

Que lamentável e triste,Brasil!

Namastê!

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