UMA CONVERSA
Uma conversa entre a branquitude e a negritude...
Num encontro à noite, após alguns outros encontros, onde o bate papo, a conversa brincam seriamente de aprender e apreender; o diálogo surge:
Branquitude - de forma lúdica e sensual fala: - Amanhã vai haver a comemoração do aniversário (diz o nome do local onde acontecerá) de um colega. Vem comigo?
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A negritude com uma simplicidade de impressionar, uma fala mansa, responde: - Meu bem… - enquanto acaricia cabelos e rosto da branquitude - vamos ver o que será o amanhã. E outra, não me sinto à vontade nestes lugares.
A branquitude, sem entender e, ao mesmo tempo, desejando a companhia da negritude, pergunta já respondendo antecipadamente:
- Por quê? As pessoas que vão e convivo são livres, legais e não têm preconceito. (relendo diálogo, vem como de relance a imagem dos dois chegando ao lugar e a negritude sendo olhada com lisonjeiros. Eita que o inconsciente dá o sinal - troféu?)
- Negritude: Moro aqui desde que nasci e conheço a cidade e os moradores. O olhar das pessoas que vão nestes lugares (referindo-se ao local da comemoração) não fazem eu me sentir bem.
Branquitude: - Que isso? Você não pode pensar assim. Vivemos num mundo atual que precisamos quebrar tabus, que não temos que ligar para o que os outros falam ou como nos olham.
Negritude: - Eu entendo sua forma de pensar e buscar viver, mas você nunca esteve ou estará do lado de cá.
Branquitude sentindo-se não entendida e querendo provar que está ao lado das minorias, das vulnerabilidades e da negritude diz: - Eu desde pequenininha sempre vi as pessoas como iguais nos direitos; nunca fui a favor de abuso de poder, discriminação. Minha irmã uma vez, quando teve rebelião num presídio, dizia que eu gostava de homem PPP.
Negritude pergunta: - O que é PPP?
Branquitude: - Preto, pobre e se for presidiário, melhor. Eu fiquei irritada, porque somos uma miscigenação.
Negritude ri: Eu entendo que você se sensibilize e que tenta não ser racista. Mas, você nunca saberá o que vivemos e o que passamos até hoje.
Branquitude fica em silêncio refletindo e admirando a possibilidade de dialogar e perceber o quão tem muito a mudar, aprender e ser parceira.
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Nossa, Aruane! Que texto forte! Quanto sangue, suor e dor há nas realidades por trás da beleza poética!
O Brasil silencia as vozes que o ajudaram a se tornar um país…
Que lamentável e triste,Brasil!
Namastê!